SEM CAMINHÕES PRÓPRIOS NA FROTA É POSSIVEL ABRIR UMA TRANSPORTADORA?
Em outros tempos seria uma dúvida frequente, mas agora, estamos diante de uma nova modalidade de negócio, também de uma nova realidade, na
qual uma transportadora não precisa investir em estrutura da mesma forma que nos modelos frequentemente usados.
Semp precisar investir em frota propria, os recursos podem ser realocados em outras áreas, como: tecnologia, treinamento e tudo o mais que for conveniente para prestar os serviços desejados por seus clientes.
AS DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS DE NEGÓCIO:
Transportadoras de modelo convencional (frota própria)
São a maioria no Brasil e possuem os chamados “ativos operacionais”, ou seja, frota própria de caminhões, cavalos mecânicos e seus equipamentos, além de estruturas físicas como prédios e/ou armazéns.
Esses ativos permitem maior controle tanto sobre as equipes, quanto sobre as operações. Porém, demandam constantes investimentos em manutenção e modernização. As transportadoras convencionais também são mais impactadas pelos custos fixos como remuneração de capital, salários e encargos sociais.
Transportadoras de modelo misto (frota própria e de terceiros)
São as “semi-convencionais” e contam com frota própria mas também agregam terceiros. Por conta disso, conseguem uma maior área de cobertura de atendimento, além de melhor distribuição entre custos fixos e variáveis.
A agilidade nas operações, com redução de custos e aumento da lucratividade, são as principais vantagens de utilizar o modelo de cargas compartilhadas.
Transportadoras não convencionais (sem frota)
São aquelas que operam os serviços de transporte de cargas sem investir em ativos como veículos, pátios, armazéns ou terminais de carga.
O diferencial desse tipo de negócio é o foco em pessoas, processos e no alto investimento em tecnologias que aproximam a oferta da demanda (embarcadores e transportadores). Exemplos desse modelo de negócio são: Uber Cargo, uShip e Mandaê, dentre outras.
DOCUMENTOS PARA ABRIR UMA TRANSPORTADORA
Assim como na abertura de qualquer empresa, abrir uma transportadora também exige uma série de documentos:
- Inscrição no CNPJ/MF;
- Inscrição Estadual;
- Contrato Social registrado na Junta Comercial;
- Cópia autenticada do RG e CPF do proprietário;
- Alvará de funcionamento para transporte rodoviário;
- Relação dos veículos que compõem a frota;
- Área de atuação da transportadora;
- Endereço completo da matriz;
- Relação de filiais (se houver);
- Providenciar o RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas) na ANTT;
- Ter seguro de carga.
QUAL A ESTRUTURA QUE PRECISA PARA ABRIR UMA TRANSPORTADORA CONVENCIONAL OU MISTA ?
Para abrir uma empresa de transporte de cargas, você vai precisar de:
- Veículos de carga adequados para o tipo de operação;
- Local para armazenar e organizar as mercadorias, equipado com balança para pesagem destas;
- Galpão para guardar a frota;
- Escritório equipado com móveis e equipamentos para cuidar da administração do negócio;
- Contratar colaboradores para setores como: comercial, operacional, administrativo, etc.
- Essa é a estrutura mínima que uma transportadora de pequeno porte precisa para começar.
DEFININDO O PERFIL DA OPERAÇÃO DE TRANSPORTE
Se você quer entender como abri uma transportadora, antes de mais nada é preciso definir seu plano de negócios e escolher o perfil da operação de transporte.
Sua transportadora vai trabalhar com carga fracionada ou carga fechada? Se for carga fechada, vai ser líquida ou química? Essa decisão é que vai orientar a escolha do veículo adequado, a legislação a ser seguida e o valor do frete a ser cobrado. Veja alguns exemplos:
- Transporte de mercadorias (coleta e entrega de encomendas);
- Transporte de cargas perigosas (combustíveis, gases industriais e outros produtos químicos);
- Transporte de cargas especiais indivisíveis (que exigem veículos especiais, normalmente com prancha);
- Transporte de medicamentos;
- Transporte de mudanças;
- Transporte de veículos.
- Percebe as diferenças entre os tipos de transporte rodoviário nessa lista? Analisando bem, fica claro que cada perfil de operação vai exigir veículos e documentações compatíveis com a carga. Afinal, cada segmento tem suas regras e ninguém quer ter problemas com a fiscalização.
MONTANDO O PLANO DE NEGÓCIOS DA TRANSPORTADORA
O termo parece complicado e burocrático, mas não é bem assim. Um plano de negócios é que vai proporcionar uma visão mais ampla e concreta sobre os seus objetivos ao abrir uma transportadora. Também ajuda a entender melhor o mercado no qual sua empresa vai atuar.
Pra começar, prepare um documento descrevendo os serviços que sua transportara se dispõe a prestar. Defina o quanto pretende investir, quantos funcionários serão necessários pra fazer tudo funcionar, quantos e quais veículos a empresa vai precisar.
Outra informação importante é definir o seu público-alvo, ou seja, “pra quem” sua transportadora vai prestar serviços. Pesquise e entenda, também, quem são seus concorrentes e quais são os pontos fortes e fracos deles. Isso vai lhe dar uma visão melhor dos desafios e conquistas que poderá ter pela frente.
Pra te ajudar com isso, segue uma lista de informações básicas pra você começar a montar o plano de negócios de uma transportadora:
- O que é o negócio?
- Qual será a área de atuação?
- Quem é seu público-alvo (varejo, indústria, distribuidores, e-commerce)?
- Quais serviços serão oferecidos?
- Onde a empresa estará localizada?
- Qual o montante de capital a ser investido?
- Quanto deve ser o faturamento mensal ideal?
- Qual o prazo ideal de retorno do capital investido?
O QUE PRECISA PARA EMITIR CONHECIMENTO DE TRANSPORTE
Como você já deve saber, hoje em dia os documentos de transporte são gerados e armazenados digitalmente, ou seja, é tudo online.
Então, para começar a emitir Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTe) e Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônico (MDFe), basicamente você vai precisar de:
- Credenciamento para emissão de CTe e MDFe
- Certificado Digital A1 ou A3
- Computador com acesso à internet;
- Impressora para imprimir o DACTE (Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico) e o DAMDFE (Documento Auxiliar do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais);
- Um sistema emissor de CTe e MDFe.
COMO ESCOLHER UM SISTEMA EMISSOR DE CTE-e E MDF-e
Escolher um sistema emissor de CTe e MDFe pode ser uma tarefa complicada para quem está começando no ramo. Então, nossa dica é que você pesquise bem e opte pela opção que melhor atenda suas necessidades.
Um bom sistema emissor de CTe e MDFe precisa ter essas características:
- Ser intuitivo e simples de usar, pra facilitar sua rotina;
- Estar sempre atualizado com as últimas regulamentações do setor de transporte, pra você evitar problemas com o fisco;
- Ser rápido, pra você ganhar agilidade e não perder tempo demais emitindo documentos de transporte;
- Ter suporte qualificado, pra atender você sempre que tiver dúvidas ou precisar de ajuda.